O energético que virou caso de polícia (e combustível de carro)
Cafeína, taurina, guaraná e três vezes mais álcool que a cerveja, tudo dentro de uma lata. Conheça o Four Loko.
"O gosto era péssimo, mais doce que xarope para tosse. Mas o efeito era ótimo. Era a melhor bebida para curtir as festas da faculdade sem ficar dormindo por aí", conta a estudante Christine Chiang, 23, da Universidade de Nova York. Ela está se referindo ao Four Loko - um superenergético que combina 156 miligramas de cafeína ( o dobro de uma lata de Red Bull) e 12% de álcool, quase o triplo da graduação alcoólica da cerveja. Além de forte, era barato: custando menos de U$$1 a lata, logo virou a principal escolha de quem queria ficar "bem louco" gastando pouco. Mas isso logo deu margem a excessos. "A pessoa continuava alerta, mesmo depois de ingerir o que seria equivalente a várias doses de bebida destilada. E por isso acabava bebendo mais, até desmaiar", conta Christine. Criado e fabricado por uma empresa até então desconhecida, a Four Energy Drinks, o Four Loko ganhou o apelido de "apagão em lata" e começou a criar polêmica nos EUA. Em Washington, 7 jovens foram hospitalizados com sintomas de coma alcoólico depois de consumir o produto numa festa, e a polêmica chegou ao auge no final do ano passado, quando um rapaz de 19 anos sofreu um ataque cardíaco na Filadélfia, supostamente provocado pelo consumo da bebida. Tudo isso fez com que o governo dos EUA proibisse a comercialização do Four Loko. As latinhas que já estavam no mercado foram recolhidas e enviadas para uma refinaria na Virgínia - onde a bebida está sendo destilada e transformada em álcool para carros.